Todos nós sabemos amar, mas amar não é matemática, nem física, nem química. Amar é literatura, é histórias e mais histórias. Amar é redação. Amar não é uma ciência exata. Amar é só amar, sem um motivo, uma consequência. Mas amar é mais complexo que gramática, e vai além de um simples texto. Há várias formas de interpretar e várias histórias pra contar. Mas a verdade maior é que ninguém sabe o que é amar. Não, até amar. É verdade. Amor não é uma palavra que requer apenas sujeito e predicado, mas também sentido e várias emoções. Amor requer perseverança, requer amizade, necessita também confiança e um toque de maturidade. Amor é muito complexo, muito subjetivo, e mesmo assim, amor é muito simples. Para amar, não se precisa de muito. Está tudo resolvido com apenas três elementos. É necessário um ser amante sendo amado, um ser amado, amando e o sentimento verdadeiro. O sentimento deve ser recíproco entre eles, para a felicidade de ambos. Reciprocidade é algo imprescindível.
Se amar é tão simples, tão fácil. Somos nós, os ignorantes, e tornamos tudo mais difícil. A questão é que quando amamos, precisamos tomar decisões que não afetarão apenas a nós mesmos, mas também a pessoa amada, e sempre que é necessário tomar decisões que podem afetar a vida de alguém em qualquer aspecto, principalmente se gostamos dessa pessoa, tudo se torna mais complicado. O medo toma conta e a coragem não é suficiente. Acho que não é o medo apenas pela pessoa, mas também por si mesmo. Medo de que a pessoa não queira mais, e assim, fiquemos a mercê da vida, de modo que qualquer um que chegue do nada, possa se aproveitar da situação. Desse modo, acabamos magoando a pessoa amada, e consequentemente, nos magoando, mas não por termos arriscado tudo e perdido. Nós nos magoamos por não ter apostado, por não ter arriscado, por não ter colocado todas nossas fichas em um sentimento que poderia ser passageiro, mas poderia ser duradouro. Ainda assim, nos guardando, acabamos perdendo. Se você arrisca, há uma chance de perder. Será assim sempre. Mas se não arrisca, a derrota é iminente, e acompanhada do sofrimento. E no final sempre acabamos escrevendo sobre sentimentos sentidos, momentos passados, e que aprendemos com eles, situações que acontecem com todos e que pudemos presenciar ou viver, por isso que eu digo que a gente não sabe amar. A gente sabe o que sente, não sabe se é amor, porque não sabe tudo sobre o amor pra dizer que é amor, nem pra dizer que sabe amar.
